As três Dimensões dos Investimentos

As três dimensões dos investimentos: Como você toma suas decisões a cerca dos investimentos? Considera os riscos, retornos e liquidez?  Saiba mais…

 

 

Seja qual for o ativo ou o tipo de investimento – renda fixa ou variável, as características dão origem as três dimensões dos investimentos e devem ser consideradas em meio a uma tomada de decisão.

Em geral as três dimensões dos investimentos são caracterizadas pelos seguintes atributos: risco, retorno e liquidez.

Três dimensões dos investimentos
A união de risco, retorno e liquidez formam as três dimensões dos investimentos

 

O que devemos ter claro é que não há uma melhor aplicação, nem tão pouco um melhor ativo. Mas sim, o investimento mais adequado ao objetivo em questão.

 

Identificar e separar objetivos de curto, médio e longo prazo é o primeiro passo para selecionar as aplicações mais oportunas. Este aspecto requer atenção, pois certamente evitará prejuízos futuros.

Dimensão do Risco

Não há no mercado um investimento livre de riscos. Inclusive investimentos públicos como o Tesouro Direto carregam consigo um nível de risco, embora mínimo, pois trata-se de um título vinculado ao país.

Certa vez, Warren Buffet declarou que: “O risco vem de não saber o que se está fazendo”.

 

E esta frase torna-se pertinente uma vez que não é incomum encontrar investidores ignorando ou subestimando o risco potencial de uma aplicação financeira. A avaliação e aceitação do risco é fundamental para um investidor que busca retornos consistentes.

No Dicionário, o risco é definido como “perigo ou possibilidade de perigo”. Portanto, há uma clara referência a possibilidade de insucesso, algo negativo e incerto.

No entanto no ambiente financeiro, risco recebe uma conotação mais ampla, na medida que se refere não somente as chances de receber um resultado abaixo das expectativas, mas também, as chances de obter resultados acima do esperado. Deste modo o risco está ligado ao perigo, mas também à oportunidade.

 

A união simbólica destes dois lados – perigo e oportunidade, ilustra a compensação que o investidor pode receber quando se expõe a investimentos de maior risco. Por isso é comum relacionar maiores ganhos em aplicações de maiores riscos.

Como podemos observar, o risco está intrinsicamente ligado à outra dimensão do investimento, o retorno. No sentido de que para tentar obter um melhor retorno, se faz necessário se expor a maiores riscos.

Entre os riscos mais conhecidos que podem afetar uma aplicação financeira, estão: risco de mercado, risco de liquidez (liquidez é um risco, embora aqui ele será tratado isoladamente como uma dimensão do investimento), risco de crédito, risco operacional e risco legal.

a)Risco de Mercado

Está relacionado com a possibilidade de perder dinheiro em função da volatilidade, ou seja, as oscilações que ocorrem na aplicação. O risco de mercado está associado aos movimentos de preços e nas taxas de juros, passando por oscilações cambiais e do mercado acionário.

 

Neste sentido, todos os investimentos estão envolvidos, à medida que possuem preços e taxas que variam constantemente, embora sejam mais comuns em aplicações de renda variável. Para minimizar os riscos de mercado sugere-se a diversificação entre diferentes classes de investimentos, cujo objetivo desta estratégia consiste em maximizar o retorno, uma vez que investimentos diferentes reagem de maneiras diferentes aos agentes estressores do mercado.

b)Risco de Crédito

Entende-se risco de crédito como aquele onde há chances de não ocorrer pagamento de uma obrigação por parte da instituição contratada. Portanto é o risco de uma organização não honrar com o pagamento aos investidores.

 

Nos últimos anos foram raros os casos de problemas relacionados com calote, embora esta informação não elimine a cautela de modo a evitar surpresas.

 

Para minimizar os riscos de crédito, sugere-se buscar informações sobre a instituição em que se está investindo. Portanto, atente-se para a qualidade do emissor, no caso de títulos privados, faça uma análise sobre a solidez da instituição e a classificação de risco de emissão do papel. No caso de títulos públicos, há pouco com que se preocupar, visto que estes são as aplicações mais seguras do mercado.

 

Independência Financeira

c)Risco Operacional

O risco operacional refere-se há possibilidade de falha ou fraudes em uma operação financeira, que invariavelmente prejudica o investidor.

 

Segundo a definição da CVM, o risco operacional reflete as falhas que ocorrem no decorrer do investimento que poderão ser provenientes de problemas nos equipamentos de uma companhia, falhas humanas no controle de custos e gerenciamento das quantias aplicadas ou mesmo a má administração dos recursos do emissor.

d)Risco Legal

O risco legal está relacionado com eventuais questões legais que poderão originar problemas no cumprimento das condições acertadas. Normalmente ocorrem quando o investidor é atraído por serviços que oferecem rendimentos superiores a produtos similares existentes no mercado, muitas vezes por agentes não autorizados.

 

Para evitar esse tipo de problema, aplique apenas em investimentos regulamentados, procure instituições respeitadas no mercado, e verifique junto a CVM – Comissão de Valores Mobiliários, se a instituição está autorizada a captar investimentos.

Dimensão do Retorno

Dentre as três dimensões dos investimentos, com certeza a mais atraente e sedutora é a dimensão do retorno. Embora seja também, o atributo mais perigoso.

 

Há uma tendência natural em buscar aplicações com retornos passados positivos, contudo resultados passados não são garantia de resultados futuros e neste momento ocorre um dos grandes erros dos investidores, analisar os ativos apenas pela dimensão do retorno.

O retorno pode ser positivo ou negativo, obtido de uma operação no passado até o presente momento. Pode ser obtido pelos investimentos em renda fixa ou variável. Na renda fixa, o retorno é previamente definido no momento da aplicação.

Quando há o conhecimento do exato valor que será recebido ao final do vencimento, o título é chamado de renda fixa pré-fixado, caso contrário será pós-fixado, ou seja, quando se tem apenas uma estimativa de qual valor será resgatado no vencimento.

Sugestão de leitura: Uma vez que você está buscando informação sobre as três dimensões de investimentos, indicamos a leitura do artigo – Planejando a Independência Financeira. Temos certeza que será uma ótima sequência de leitura para você

 

Para entender melhor, imagine que uma empresa do setor de construção civil esteja precisando de recursos para um novo empreendimento. Para isso decide ofertar um título ao preço de R$ 1.000,00 hoje, com a promessa de pagar um prêmio de R$1.200,00 em seis meses. Com essas condições o investidor sabe com exatidão o valor do título ao final do vencimento, portanto, neste caso o investimento é taxado como renda fixa pré-fixado.

retorno na renda fixa

Diante desta ilustração o retorno do investidor após seis meses foi de 20%, isso é claro, caso a empresa honre seu compromisso. Entenda que o investimento proporciona um bom retorno, embora antes, a decisão deva estar amparada por uma pesquisa detalhada que identifique o nível de risco nesta operação.

Esta mesma empresa, identificando a necessidade de captar mais recursos, decide ofertar outro título, desta vez irá pagar o valor atualizado com base em uma taxa de referência do mercado, como a taxa SELIC. Para incentivar o investidor a empresa oferece 50% a mais que a rentabilidade da SELIC ao final do período de seis meses.

Perceba que ao aceitar aplicar seus recursos o investidor sabe como será determinado o valor á receber ao final do período, além de poder ter uma ideia aproximada deste montante, embora seja necessário aguardar o período de seis meses para conhecer o valor atual da SELIC.

retorno na renda fixa - selic

Como não há uma maneira de determinar com exatidão o valor previamente, uma vez que a taxa SELIC pode variar durante este período, considera-se este título como um investimento de renda fixa pós-fixado. Deste modo o retorno do investidor depende de algumas variantes, que podem aumentar ou diminuir a rentabilidade durante o intervalo de tempo entre a adesão e o vencimento da aplicação.

Cabe destacar que a renda fixa não é uma renda garantida, apesar de riscos menores que a renda variável, sempre existe a possibilidade de perda do capital investido de forma integral ou parcial.

Se na renda fixa é possível saber com antecedência o rendimento ao fim de uma aplicação, na renda variável não funciona desta maneira. Como o próprio nome sugere ela é variável, depende de muitos fatores, como: economia, mercado, concorrência, gestão, demanda e oferta entre outros tantos motivos.

 

Interessante notar que mesmo não sendo previsível ela historicamente é o tipo de investimento que melhor remunera os investidores. Os investidores estão conscientes que não estão investindo em um papel e sim em empresas formadas por pessoas que, quando bem gerenciadas, geram excelentes resultados no longo prazo.

Para entender a dinâmica da renda variável, voltamos para o exemplo da empresa que decide abrir capital na bolsa. Ao fazer isto, ela oferece aos investidores uma pequena parcela do negócio (Ação), com condições especificas.

 

O investidor que adquire ações da empresa pode ser remunerado por meio do lucro obtido pela empresa (dividendos) ou pela valorização das suas ações. Note que neste sistema não há nenhuma garantia de retorno positivo no futuro, não existe prazo ou validade, portanto, a renda variável requer do investidor atenção e estudo para encontrar uma relação entre risco e retorno atraente.

 

Contudo não há garantias de lucros futuros, nem mesmo quando os resultados passados são atraentes, e desta maneira, os riscos são maiores para a este tipo de investimento, embora, como sabemos, risco em finanças também é sinônimo de oportunidade.

 


Contabilidade para investidores

Você investe em ações? Então é sua obrigação saber onde aportar seu dinheiro. E não há uma maneira mais eficiente de conhecer uma empresa sem ser pelas demonstrações financeiras. E justamente por isso que preparamos este artigo sobre contabilidade para investidoresCom ele aprenderá tudo sobre a saúde financeira das empresas, são lucrativas? Quais suas Margens? Diferenciais competitivos? Qual sua alavancagem? 


Dimensão da Liquidez

Liquidez refere-se à facilidade com que um ativo financeiro pode ser convertido em dinheiro. Neste sentindo, quanto mais rápido for a venda do ativo sem perdas no valor, maior é a liquidez deste ativo ou aplicação. O que consolida a liquidez de um ativo é a presença constante de compradores dispostos a comprar o ativo que o investidor deseja vender.

A liquidez é considerada uma das dimensões dos investimentos, pois quando há um mercado líquido os participantes podem realizar suas transações com rapidez e com pouca variação sobre os preços dos ativos negociados.

Para entender melhor a importância desta dimensão, imagine vender rapidamente um imóvel, mesmo que ele esteja em ótimas condições, bem localizado e com preço justo, raramente é possível encontrar rapidamente um comprador disposto a pagar de forma integral o montante deste imóvel.

 

Some a isto um momento de extrema necessidade onde o vendedor precise muito dos recursos, provavelmente ele renunciará a um lucro maior para poder efetuar esta negociação. Deste modo, considerar investir em aplicações de alta liquidez pode resolver uma série de problemas futuros.

Lembre-se que liquidez é considerado um tipo de risco. Mas qual é o risco de liquidez?

 

É o risco de perder oportunidades devido à dificuldade em converter um ativo em dinheiro rapidamente. Aplicações como popança e Tesouro Direto, por exemplo, permitem saques no mesmo dia (D+0) ou no dia seguinte (D+1), no entanto, outras aplicações exigem a espera até o vencimento.

 

Para minimizar os riscos de liquidez, sugere-se uma carteira de investimentos diversificada. Definir investimentos para objetivos de curto, médio e longo prazo é o ideal para proteção contra imprevistos, e claro, compor e manter uma Reserva de emergência em local com alta liquidez.

2.  As três dimensões dos investimentos: Risco X Retorno X Liquidez

Vivemos em um mundo onde constantemente precisamos tomar decisões, como acordar cedo ou tarde, trabalhar com carro próprio ou de aplicativo, ir para academia ou jantar em uma pizzaria. Seja qual for sua decisão, ela deve considerar o maior número possível de variáveis, e mesmo assim, há probabilidade de a decisão ser equivocada.

Para os investimentos o processo é o mesmo, afinal a decisão sobre onde investir seus recursos não pode ser displicente. Além de considerar as três dimensões do investimento, é importante ter claro os objetivos e prazos (curto, médio e longo), além de identificar seu perfil, afinal investir em aplicações requer conhecimento do que você aguenta ou não sobre volatilidade.

Por fim, as três dimensões dos investimentos estão intimamente ligadas e quando encontra-se uma união harmoniosa entre: risco, retorno com alta liquidez e segurança, existe uma atraente probabilidade de estar diante de um bom investimento. Entretanto, antes de qualquer ação, faça seu “dever de casa” e se informe sobre o maior número de variáveis que você possa acessar.

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